Quando nos deparamos com situações difíceis antes de mais nada, temos que – depois do impacto inicial –, colocar os pés no chão. Não podemos deixar que as emoções nos conduzam ou tomem a condução do navio.
Dessa forma, para que a gente consiga conduzir da melhor forma possível uma situação de saúde, precisamos do melhor médico. Ele precisa, além de tecnicamente competente, ser humano!!
A relação médico-paciente é uma temática que, atualmente, encontra um renovado interesse na comunidade científica, na formação e na prática médica.
O médico precisa ser capaz de perceber a doença além da própria célula cancerosa em si. O processo do adoecer sob a ótica do seu paciente se insere em uma experiência de fragilidade e de ameaça ao seu estado de ser saudável e ativo, e isso de certa forma pode fazer com que ele fique doente da alma também.
Diversos trabalhos mostram que a maioria das queixas dos pacientes faz referência a dificuldades comunicacionais com o médico e não a sua competência clínica, apontando que um bom relacionamento aumenta a satisfação do paciente e a qualidade do serviço de saúde, além de influenciar positivamente o estado de saúde do paciente.1,2
Quando pensamos na oncologia, nota-se que esta relação carrega peculiaridades que lhe são próprias. Por se tratar de uma doença traumatizante, com um tabu ligado a dor, sofrimento constante, e principalmente perdas e morte, sua abordagem torna-se especialmente difícil. Angústias, medos e sofrimentos apresentam-se na vida dos pacientes e de suas famílias, necessitando estabelecer um vínculo com o profissional como coadjuvante terapêutico.
Há uma grande ansiedade por parte do paciente e familiares, mas o que os pacientes não sabem, é que essa ansiedade também está presente nos médicos. E se não tomarmos cuidado, essa ansiedade poderá prejudicar a relação. Junto ao diagnóstico de câncer, vem junto vários estigmas e, com eles, grande impacto na dimensão emocional do paciente.3,4 E a família do paciente também passa a ser alvo de origem de estresses emocionai.5 Esses aspectos devem ser considerados pelo médico, que, por sua vez, também experimenta sentimentos provocados pela doença do paciente.
O exercício da medicina é, portanto, particularmente na oncologia, inevitavelmente permeado por angústias e dilemas. Entretanto, se essa problemática fosse satisfatoriamente abordada dentro dos currículos médicos, os danos, tanto à saúde mental do profissional quanto à relação médico-paciente, poderiam ser sensivelmente reduzidos.
Apesar de estar dentro desse meio da medicina, quem me ajudou a escolher o médico foi meu amigo irmão Nevi. Assim que soube do meu nódulo palpável, Imediatamente ligou para uma recente amiga Karina (profissional da área da saúde) que me indicou passar com o meu novo médico - amigo Dr. Felipe Andrade.
Esse ser iluminado em menos de uma semana já tinha meu diagnóstico, com sobrenome do tumor e tudo. Portanto em uma semana de consulta eu iniciei o tratamento.
Mas, o mais importante: tudo que eu sempre ouvi dos pais do meu paciente sobre mim (tipo: você é um anjo; que bom que temos você em nossa vida; você faz mais que a maioria, etc) eu senti com meu querido Dr. Felipe mastologista. Esse é um dos passos mais importante para o tratamento. Segurança e confiança são essenciais. Nem procurei outro.
Bom, com certeza como já disse a gente não merece a doença, mas tenho certeza que estou recebendo com esse anjo Dr Felipe o que sempre fui como médica: dedicada e humana.
Ou seja, já o amei e fiquei dependente para sempre do Dr. Felipe.
E as nossas mensagens foram sempre alto astral. Ele é simplesmente o máximo!!!
Olhem um exemplo das nossas conversas:
Dr Felipe: Bom dia! Tudo bem?
Eu: Bom dia !!Tudo sim!
Picc na entrada do átrio! (Esse foi o cateter que coloquei para a quimioterapia).
Químio sem intercorrências!
Peruca comprada!
Noite tranqüilíssima! Não tive nada.
Muito obrigada!
Dr Felipe: Sensacional!!! ? ? ?
Viram? Com Emoji e tudo.
Receber o diagnóstico de câncer de mama implica grandes mudanças nos diferentes aspectos da vida. Após o choque inicial, é preciso buscar forças para enfrentar a doença e seu tratamento.
Esta força estará dentro de nós, com apoio dos nossos amigos e familiares, nas nossas atividades e interesses, mas também na equipe médica. Confiar nos profissionais que lhe acompanham é fator-chave para um tratamento tranquilo e com maior qualidade. Durante meu tratamento, eu convivi com muitas pacientes que ficavam inseguras com seu tratamento. Isso é terrível, pois soma-se ao processo da doença que já não é fácil, ao tratamento e ao medo da morte.
Você deve se sentir bem e segura, por isso, converse com seu médico de forma aberta e honesta. Pergunte tudo que achar necessário, não fique com dúvidas, esclareça cada detalhe que lhe pareça importante.
Assumo uma postura participativa em relação ao câncer e seu tratamento. Seja ativo, seja responsável!
Você terá uma força impressionante, maior até que a dos mais valentes. E apesar de ser delicada, dessa forma, você conseguirá defender seus ideais com unhas e dentes.
A vida às vezes nos castiga, mas ela caminha em um propósito, confia e entrega seu destino nas mãos do Criador e do Universo.
"A veracidade é o fundamento da confiança nas relações interpessoais".
Tendo como fundamento os princípios da Bioética, pode-se dizer que a comunicação da verdade diagnóstica ao paciente e seus familiares constitui um benefício para os mesmos (princípio da beneficência) ,pois possibilita sua participação ativa no processo de tomada de decisões (autonomia).
1. Ley P. Communication with patients: improving satisfaction and compliance. London: Croom Helm; 1988.
2. Caprara A, Rodrigues J. A relacção assimétrica médico-paciente: repensando o vínculo terapêutico. Cien Saude Colet 2004; 9(1):139-146.
3.Tavares JSC, Trad LAB. Metáforas e significados do câncer de mama na perspectiva de cinco famílias afetadas. Cad Saude Publica 2005; 21(2):426-435.
4. Maruyama SAT, Zago MMF. O processo de adoecer do portador de colostomia por câncer. Rev. Latino-Am. Enfermagem 2005; 13(2):216-222.
5. Rezende VL, Derchain SFM, Botega NJ, Sarian LO, Vial DL, Morais SS. Depressão e ansiedade nos cuidadores de mulheres em fase terminal de câncer de mama e ginecológico. Rev. Bras. Ginecol. Obstet 2005; 27(12):737-743.